sábado, 31 de julho de 2021

Castelo de Alcanede

 


Acredita-se que a primitiva ocupação humana deste sítio remonta a um castro pré-histórico. No contexto da invasão romana da Península Ibérica, a região foi por estes ocupada em 49 a.C., posteriormente sucedidos por Muçulmanos, embora não hajam testemunhos consistentes de uma fortificação no local do castelo em qualquer desses momentos.


À época da Reconquista cristã da região, a área foi tomada pelo conde D. Henrique em 1091, sendo novamente recuperada pelos Muçulmanos. A sua posse definitiva foi assegurada no século XII por D. Afonso Henriques, no contexto das conquistas de Santarém e Lisboa em 1147, tendo o soberano outorgado foral à povoação em 1163, segundo documento de Santa Cruz de Coimbra, e mandando-a povoar por D. Gonçalo Mendes de Sousa, o Bom, seu mordomo-mor. Ainda neste reinado, em 1179, os homens de Alcanede ajudaram o soberano a desbaratar a invasão Almóada, na serra da Mendiga.
O castelo e os seus domínios foram doados por Sancho I de Portugal aos freires de Santa Maria de Évora (Milícia de Santa Maria de Évora, posteriormente Ordem de Avis) em 1187.


O Rei Dinis I de Portugal confirmou a doação desse património à Ordem de São Bento de Avis em 1300 e em 1318. Datarão deste reinado algumas das estruturas mais importantes do castelo, como a torre de menagem, coroada por merlões.


Sob o reinado de Fernando I de Portugal, em 1370 o castelo recebeu obras, nomeadamente nas frontarias, construção de cavas, cubelos e barbacãs, razão pela qual o soberano dispensou os moradores da vila de servir nas obras da muralha de Santarém. 

O mesmo soberano nomeou como alcaide-mor do Castelo de Alcanede a Vasco Pires de Camões, fidalgo de origem galega, alegado ascendente de Luís de Camões. Por ser partidário de Castela, após a vitória de Aljubarrota, Vasco Pires de Camões veio a ser despojado dos seus senhorios, sendo certo que, no contexto da crise de sucessão de 1383-1385, o povo de Alcanede levantou-se a favor do Mestre de Avis. O novo alcaide, Álvaro Vasques, integrou as forças portuguesas que combateram em território de Castela.


O castelo terá servido de prisão, conforme o testemunha uma carta de perdão passada por Afonso V de Portugal datada de 1446.
Nos finais do século XV são, uma vez mais, empreendidas obras de manutenção no castelo, como parece decorrer do ato de confirmação de João II de Portugal da anterior Carta de D. Fernando relativa à isenção de trabalho nas obras da muralha de Santarém (1487). O mesmo será também confirmado por Don Manuel I de Portugal, que outorgou simultaneamente a esta vila e à de Pernes o "Foral Novo" (22 de dezembro de 1514). Nesse período, este soberano custeou parte das obras no castelo e na igreja matriz da vila.


Subsistem duas descrições do castelo, correspondentes às "Visitações da Ordem de Avis à Comenda de Alcanede", de 1516 e 1538, transcritas por Simão Froes de Lemos. 

Através da visitação de 1538 é possível sabermos que o castelo foi arruinado pelo grande sismo de 28 de fevereiro de 1531 (que afetou toda a Estremadura portuguesa), situação em que se manteve até à sua reconstrução no século XX.


(39°25'1.79"N 08°49'17.48"W) Castelo - Alcanede - Santarém – Região Centro - Portugal

 

Foto@Daniel Jorge






Ponte Dom Luís I e a Ribeira...

 


A Ponte Luís I ou Luiz I, é uma ponte de estrutura metálica com dois tabuleiros, construída entre os anos 1881 e 1888, ligando as cidades do Porto e Vila Nova de Gaia.


Esta construção veio substituir a antiga ponte pênsil que existia no mesmo local e foi realizada mediante o projeto dos engenheiros Théophile Seyrig e Léopold Valentin.


De construção metálica, tem um comprimento total de 385,25 m, pesa no seu conjunto 3 045 toneladas, o seu arco mede 172 m de corda e 45 m de flecha, e possui dois tabuleis transitáveis.
A ponte ficou iluminada por meio de artísticos candeeiros de gás, 24 no tabuleiro superior, 8 no inferior e 8 nos encontros.


O seu nome está envolto numa lenda, segundo a qual se afirma de que devido à ausência do rei D. Luís I na inauguração, decidiu a população do Porto, em resposta ao ato desrespeitoso, retirar o "Dom" do respetivo nome parecem não corresponder à realidade, sendo assim uma lenda.


A atestar tal facto, refira-se que nas notícias nos jornais durante o período da sua construção a ponte era designada por "Ponte Luiz I"; também outras importantes construções da mesma época com os nomes de membros da família real não tinham os títulos nos seus nomes, caso da ponte ferroviária Maria Pia (e não Dona Maria Pia), dedicada à rainha, e do velódromo Maria Amélia (e não Dona Amélia), dedicado à futura rainha consorte do rei D. Carlos; acrescente-se ainda que apesar de o nome oficial da ponte ser "Luiz I", conforme atestam as inscrições nas placas dos pegões-encontro sobre as entradas do tabuleiro inferior, a população do Porto sempre a chamou de "Ponte D. Luís", salvaguardando o título do rei com quem a cidade tinha grande proximidade.


A Ribeira é um dos locais mais antigos e típicos da cidade Porto, junto ao Rio Douro, faz parte do Centro Histórico do Porto, e é Património Mundial da UNESCO.


Na Ribeira merecem destaque a Praça da Ribeira, popularmente também conhecida por praça do cubo; a Rua da Fonte Taurina, uma das mais antigas da cidade; o Muro dos Bacalhoeiros e a Casa do Infante, onde se crê que tenha nascido o Infante D. Henrique, em 1394.


Não se sabe quando começou a ser habitada a actual zona da Ribeira. Sabe-se que o núcleo original do Porto se desenvolveu no cimo da Pena Ventosa, o actual Morro da Sé, mas que cedo se desenvolveu também um aglomerado ribeirinho, nas imediações da confluência do pequeno Rio da Vila com o Rio Douro. 

Vestígios arqueológicos documentam que, no período da romanização, se criaram instalações portuárias perto do local onde mais tarde se ergueu a Casa do Infante, cujos mosaicos romanos datam do século IV. Numa altura em que a zona alta já estava protegida pela Cerca Velha.


(41° 8'23.19"N 08°36'34.02"W) Porto – Região Norte – Portugal

 

Foto@ Daniel Jorge

Estrada mágica em Marvão…

 


O "túnel" de freixos de Marvão é considerada a “estrada mais bonita de Portugal”.


(39°22'43.78"N 07°23'23.09"W) 

Estrada Nacional N359 

São Salvador da Aramenha - Marvão, - Portalegre - Alto Alentejo - Portugal

sexta-feira, 30 de julho de 2021

Porta do coração em Monte do Castro e as ilhas da Boega e dos Amores no Rio Minho

 


Na encosta do Monte do Castro, num lugar místico sobranceiro a Vila nova de Cerveira, onde das ruínas de uma velha construção resta uma Porta, a que muitos chamam a “Porta do Coração”, temos uma vista fantástica sobre Cerveira, e o Rio Minho que serpenteia até ao mar.


E é nestes últimos Quilómetros que o Rio Minho nos presenteia com duas belas ilhas, a Boega e a dos Amores.


A maior, a Ilha da Boega, localiza-se entre as freguesias de Loivo e Gondarém, concelho de Vila Nova de Cerveira, tem cerca de 1400 m de comprimento por 400 m de largura, resultante da acumulação dos sedimentos arrastados pelo rio, e sua posterior cobertura por vegetação herbácea. A ilha é orlada por uma linha de árvores (amieiros, salgueiros e acácias), estando o seu interior forrado com gramíneas, utilizadas para pastagens.


A menor a famosa ilha dos Amores localiza-se no do lugar do Requeijo, freguesia de Gondarém, concelho de Vila Nova de Cerveira, com cerca de 400 m de comprimento por 100 m de largura, resultante também da acumulação dos sedimentos arrastados pelo rio, e sua posterior cobertura por vegetação. A ilha está quase completamente revestida por tufos de árvores (amieiros, salgueiros e acácias).


(41º56'29.9"N 08º44'01.0"W) Vila Nova de Cerveira - Viana do Castelo - Minho – Portugal

 

Foto@ Daniel Jorge



Castelo de Noudar o Sentinela da Raia

 


O castelo de Noudar e considerado o sentinela da raia com Espanha, ergue-se isolado em uma elevação escarpada dominando a planície circundante e a ribeira de Múrtega e o Rio Ardila que separa o Reino de Portugal e Algarves do território Castelhano. Testemunhou, juntamente com os castelos de Alandroal, Moura, Serpa e Veiros, a ação da Ordem de Avis na região.


De acordo com os testemunhos arqueológicos a ocupação humana no local remonta à pré-história, sendo um território depois sucessivamente ocupado por Romanos, Visigodos e Muçulmanos.
Foram os Muçulmanos os responsáveis pela primitiva fortificação no local, por volta do século X ou XI, quando terá sido edificada uma pequena torre ou castelo em taipa, com a função de controlar o caminho que fazia ligação a Beja.


À época da Reconquista cristã da Península Ibérica, nomeadamente desde 1167, a região foi conquistada pelas forças comandadas por Gonçalo Mendes da Maia, "o Lidador". Posteriormente, em 1253, a povoação recebeu foral do rei Afonso X de Castela, juntamente com outras localidades da margem esquerda do rio Guadiana, entre as quais Moura e Serpa, integrando o dote de sua filha, D. Brites, aquando do seu casamento com D. Afonso III nesse mesmo ano.


A povoação passaria definitivamente para a Coroa portuguesa pelo Tratado da Guarda em 1295, que estabelecia a paz entre o Rei D. Dinis e o Rei Fernando IV de Castela. 

Em Dezembro desse mesmo ano, o soberano passou nova Carta de Foral à vila, cujos domínios foram doados posteriormente em 1303, à Ordem de Avis, com a condição de reconstruir o castelo, obras que ficariam concluídas em 1308, conforme duas inscrições epigráficas:


A primeira, datada de 1 de Abril de 1308, atualmente de paradeiro incerto, regista a atuação do Mestre de Avis, D. Lourenço Afonso, na fundação do castelo e no povoamento da vila;


A segunda, com bastantes dúvidas se terá sido redigida nesse mesmo ano, noticía a ação do comendador Aires Afonso na edificação da torre de menagem.


À época de D. Manuel I, o castelo e a povoação que existia dentro das muralhas encontra-se figurada por Duarte de Armas (Livro das Fortalezas, c. 1509), onde se regista a existência de barbacãs circundando o castelo, ou seja, uma estrutura característica da arquitectura militar do século XV. A vila viria a receber do soberano, neste mesmo período, o seu Foral Novo em 1513.


(38°10'40.76"N 7° 3'46.61"W) Noudar – Barrancos – Beja - Alentejo – Portugal

Foto@ Daniel Jorge


Sesimbra… Praia das Bicas

 

 

A sul da praia do Moinho de Baixo, por baixo do Campimeco (parque de campismo da Aldeia do Meco), fica a praia das Bicas.
A Praia das Bicas é relativamente pequena, encontra-se voltada a ocidente e, como tal, mais exposta aos ventos norte e oeste, o que contribui para ums optimes ondas.


Procurada sobretudo por praticantes de surf e bodyboard, é conhecida como o principal pico de ondas grandes da margem sul do Tejo; no entanto, nos dias em que o perigo se torna real, apenas alguns locais teimam em enfrentar o desafio.


Ainda assim, compensa com a água límpida e o extenso areal. O acesso também não é muito difícil, uma vez que há uma escadaria de madeira que desce a falésia.


A vigilância é feita por nadadores salvadores ao abrigo de um protocolo entre a Câmara Municipal e a Associação Âncora.


(38°27'47.28"N 09°11'32.14"W) Praia das Bicas – Aldeia do Meco - Sesimbra - Setúbal - Portugal 

 

Foto@Daniel Jorge

quinta-feira, 29 de julho de 2021

Castelo Medieval de Portel

 


O castelo de Portel ergue-se em posição dominante num dos contrafortes da serra de Portel, sobre a vila medieval.


A construção do castelo teve início durante a segunda metade do século XIII sendo senhor das terras de Portel Mafomede João de Aboim por doação de D. Afonso III de Portugal.


O castelo, apresenta um estilo gótico, com planta heptagonal reforçada por torres de planta circular nos vértices. A sua forma, novidade na arquitetura militar portuguesa à época, parece ter sido inspirada no Castelo de Angers, na França. 

É dominado por uma imponente torre de menagem, de planta quadrangular, que se ergue a cerca de vinte e cinco metros de altura, dividida internamente em dois pavimentos acima da linha do adarve, ambos cobertos por abóbada em cruzaria de ogiva. O pavimento inferior serviu de cárcere. 

Foi utilizada a pedra mármore nos cunhais e nas janelas góticas. A porta de acesso à torre é em ogiva.


Apos a morte de João Aboim e devido a contenda entre os herdeiros pela posse da honra, o castelo reverteu para a posse da Coroa durante o reinado de D. Dinis, que então construi a cerca da vila.


No contexto da crise de 1383-1385, Fernão Gonçalves de Sousa, alcaide de Portel, tomou o partido de Castela, e com receio dos moradores, tomou-lhes as armas a todos e pô-las no castelo. 

Em Novembro de 1384, no desenvolvimento da campanha alentejana pelas forças do Condestável, D. Nuno Álvares Pereira, um clérigo de Portel, de nome João Mateus, abriu-lhes as portas da vila, facilitando a conquista da povoação e a rendição do castelo. 

Os seus domínios, após a batalha de Aljubarrota estariam compreendidos na ampla doação de terras e direitos que o soberano fez aquele Condestável, passando, por sucessão, para os domínios da Casa de Bragança.


Posteriormente, sob o reinado de D. Manuel I, a povoação e seu castelo encontram-se figurados por Duarte de Armas (Livro das Fortalezas, c. 1509). 

Nessa época a estrutura do castelo foi remodelada dando lugar ao paço dos duques de Bragança e a uma barbacã (1510), ficando as obras a cargo do arquitecto-régio Francisco de Arruda, por instância de D. Jaime, duque de Bragança.


Perdida a sua função defensiva, afastado da linha lindeira e das principais vias de acesso ao território alentejano, o castelo foi progressivamente abandonado até se converter em ruínas no século XIX.


(38°18'32.41"N 07°42'10.94"W) Castelo – Portel – Évora - Alentejo - Portugal




quarta-feira, 28 de julho de 2021

Uma das maravilhas geológicas de Portugal... As Marinhas de Sal de Rio Maior

 

 

A magia da Serra dos Candeeiros… Marinhas de Sal de Rio Maior


No sopé da Serra dos Candeeiros, a três quilómetros de Rio Maior, encontramos uma das maravilhas geológicas de Portugal, as Marinhas de Sal de Rio Maior ou como popularmente conhecidas, As Salinas do Rio Maior. Embora o documento mais antigo que se refere às salinas date de 1177, pensa-se que o aproveitamento do sal-gema já seria feito desde a Pré-História.


A Serra dos Candeeiros é dada a sua natureza calcária, possuidora de inúmeras falhas na rocha o que faz com que as águas da chuva não fiquem à superfície, formando cursos de água subterrâneos.


Uma dessas correntes atravessa uma extensa e profunda jazida de sal-gema que alimenta o poço que se encontra no centro das Salinas, e de onde se extrai água sete vezes mais salgada que a do mar. 

Segundo alguns estudos, estima-se que esta Jazida de sal-gema ocupa aproximadamente a área da Estremadura Portuguesa, entre Leiria e Torres Vedras, tendo-se formado há milhões de anos, depois do recuo do mar que outrora ocupou a região.


As salinas de Rio Maior têm oito séculos de História. Em 1177, Pêro d’Aragão e sua mulher Sancha Soares venderam aos Templários “a quinta parte que tinham do poço e Salinas de Rio Maior, cujo poço partia pelo Este com Albergaria do Rei; pelo Oeste com D. Pardo e com a Ordem do Hospital; pelo Norte com Marinhas da mesma Ordem; e pelo Sul com Marinhas do dito D. Pardo”. Assim diz Pinho Leal, citando o escrito comprovativo dessa venda. Este documento, que é o mais antigo que se conhece referente a Rio Maior, encontra-se arquivado na Torre do Tombo em Lisboa.


Este contrato situa-se no limiar da nossa nacionalidade, já Lisboa e Santarém tinham sido conquistadas aos mouros por Dom Afonso Henriques, e ainda este não tinha sido reconhecido rei pelo papa, o que aconteceu só em 1179.


No último quartel do séc. XII, já existia uma exploração nas Salinas, menor ou talvez maior que a de hoje. Consta, no entanto, que o poço primitivo teria sido situado mais para Norte, no sítio denominado Marinha Velha. Há notícia que esse poço, no Séc. XII ou princípios do séc. XIII, só alimentaria seis talhos.


O poço actual foi aberto, segundo a tradição, devido ao acaso. Uma rapariga que apascentava uns animais, para mitigar a sede, tentou beber numa poça de água que aflorava num juncal. O sabor fortemente salgado foi-lhe extremamente desagradável e comentou isso mesmo, quando chegou a casa. Seu pai e vizinhos apressaram-se a ir cavar em tal sítio de onde surgiu o poço actual, tendo secado depois o primitivo.


Certamente através dos séculos, a exploração das salinas fez-se por processo iguais aos de há poucos anos, quando a água era tirada com dois baldes por meio de picota (esta foi introduzida na Península Ibérica pelos árabes), mas consta que, antes da Reconquista Cristã, os romanos e depois os árabes já exploravam as Marinhas em larga escala.


(39°21'50.33"N 08°56'40.11"W) Salinas de Rio Maior - Rio Maior - Santarém – Região Centro - Portugal

 

Foto@ Daniel Jorge


Casal de São Simão - O encanto das aldeias de Xisto...

 


A aldeia Casal de São Simão fica no concelho de Figueiró dos Vinhos, escondida no meio da serra e protegida por São Simão que está na ermida no topo do monte desde o século XV.


Uma pequena aldeia, de praticamente uma só rua, faz parte da rede das aldeias de Xisto, as casas estão quase todas recuperadas e são construídas em quartzito que está à mostra e dá uma tonalidade muito própria ao casario.


Situa-se num dos flancos da crista quartzítica que dá origem às Fragas de São Simão e possui o templo mais antigo do concelho de Figueiró dos Vinhos.


A aldeia estende-se ao longo de uma cumeada quase paralela ao curso da Ribeira de Alge. A entrada fica no extremo mais elevado e a povoação termina onde os declives tornaram difícil a continuidade dos arruamentos.


Apesar de pequena, a aldeia de Casal de São Simão tem ainda a eira, o forno e uma fonte que continuamente entoa a canção da água. Com uma capela que nos conta lenda de santo. Com uma vereda que nos leva à praia, mesmo ali encaixada nas Fragas de São Simão.


(39°54'59.17"N 08°19'21.49"W), Casal de São Simão – Figueiró dos Vinhos – Leiria - Região Centro – Portugal 

 

Foto@ Daniel Jorge

No “Reino” encantado do Minho… Caminha

 



No centro histórico de Caminha, na sua praça (Terreiro) fica o imponente edifício dos Paços do Conselho, paredes meias com a Torre do Relógio, antiga torre e porta defensiva das muralhas medievais.


O edifício dos Paços do Concelho é um dos mais elementares do centro histórico da Vila de Caminha, fazendo parte do largo do terreiro. O edifício dos Paços do Concelho foi inicialmente edificado no século XVII com dimensões mais reduzidas, partilhando a actual área edificada com a capela de S. Sebastião, que veio a ser demolida no início do Seculo XX quando o edifício dos Paços do concelho foi ampliado, no que é o actual edifício.


A progressão contínua do desenvolvimento da população fazendo do largo o centro da Vila, este edifício acabou por sofrer ampliações sucessivas durante os séculos seguintes até ao XX. Transformou-se no atual, pela mão do arquiteto vilarmourense José Porto, nas profundas remodelações nos anos 50 do século passado. A fachada principal apresenta vários pináculos rendilhados, que copiam dois originais, provenientes da antiga capela de S. Sebastião.


Edifício de dois pisos, mostra-nos magnificamente a sua imponência e aspeto, formado por três panos, destacando-se o alpendre formado por várias arcadas, e no piso superior oito janelas com uma pequena sacada com guarda de ferro. Os panos laterais estão linearmente uniformes, com três arcos e janelas, sendo estas encimadas de um lado pelo brasão da família e do outro pelo brasão da vila. O pano central é formado por dois arcos e janelas.


O interior é formado por uma esplendorosa escadaria em granito que dá acesso ao piso superior. No salão nobre dos Paços, o teto é forrado com a madeira com motivos fitomórficos que serviu no coro da Igreja Matriz quando esta sofreu as últimas obras de restauro, e o arco ao fundo do 1º piso, reaproveitado também da capela da S. Sebastião.


O edifício dos Paços pertence ao universo do centro histórico e do Largo do Terreiro, estando o centro classificado como Monumento Nacional.


(41°52'33.54"N 08°50'18.81"W) Largo do Terreiro - Caminha - Viana do Castelo - Minho - Região Norte - Portugal

 

Foto: @ Daniel Jorge

Igreja de Santa Maria de Jazente

 


Igreja com caraterísticas que se incluem na categoria de românico tardio, a Igreja de Jazente apresenta-se como um importante registo histórico nos antigos limites da diocese do Porto.
A fachada é dominada pelo portal, um dos elementos que melhor denuncia a sua edificação tardia, mas é no seu tímpano que reside a sua maior originalidade.


Aqui observamos uma cruz patada vazada sobreposta a um motivo idêntico, gravado no lintel que a sustenta. Na parte final do românico verifica-se uma tendência para furar o tímpano, não só com vazamento de cruzes, mas também com outros orifícios.


Fundada em finais do século XIII, esta igreja românica desenvolve-se em planimetria rectangular, sendo constituída por dois corpos correspondentes à nave e à capela-mor, à qual foi adossada a sacristia. Junto à fachada lateral direita, separada do edifício principal, foi edificada a sineira de grandes dimensões, assente sobre um pano murário.


O conjunto exterior apresenta linhas maciças, de aparelho de granito, rematado superiormente a toda a volta por cachorrada. O frontispício é rasgado ao centro por pórtico de duas arquivoltas com tímpano vazado por cruz. Na fachada lateral direita foi aberto um portal lateral, de menores dimensões.


A nave, coberta por tecto de madeira, possui dois altares colaterais, dispostos em ângulo. O arco triunfal, de grandes dimensões, abre para a capela-mor, também com cobertura de madeira. O altar-mor é decorado com frontal de azulejos hispano-árabes.


Esta é uma das Igrejas medievais que integra a Chamada Rota do Românico (Rota do Vale do Tâmega) 

Informação obtida na página "Património Cultural - Direção-Geral do Património Cultural"


(41°14'38.07"N 8° 3'29.37"W) Rua da Igreja - Jazente - Amarante – Porto – Região Norte - Portugal

 

Foto:Daniel Jorge

Mina de sal-gema em Loulé, com mais de 230 milhões de anos, já pode ser visitada

 



Com a sua abertura, todos os visitantes poderão conhecer a história deste espaço, localizado a 230 metros de profundidade, e admirar formações geológicas com 230 milhões de anos.

Para esse fim, foi criado um percurso de interpretação com cerca de 1,3 quilómetros dentro da mina, onde com o auxílio de guias especializados todos os visitantes são convidados a conhecer os processos de mineração antigos e atuais.

 


Para dar prossecução a esta viagem ao interior da terra, a Tech Salt SA, concessionária das minas de Sal-Gema de Loulé, estabeleceu uma parceria com a empresa turística Picturesque Journey.
Assim, neste percurso de visita, para além de dar a descobrir a importância geológica desta mina no contexto da região, serão abordadas as inúmeras aplicações do Sal-Gema ao longo da história, até à atualidade.





A fascinante Pedra de Alvidrar é dos locais mais perigosos e misteriosos de Portugal

 



A Pedra de Alvidrar é um gigantesco paredão, bem perto da praia da Adraga em Sintra. Mesmo com o seu aspecto imponente, este consegue ser um dos locais preferidos dos pescadores.
Mas a Pedra de Alvidrar era usada no tempo dos romanos, como o local para julgamentos de onde se atiravam os culpados, se sobrevivessem eram inocentes, se não, tinham sido mesmo os culpados...


A pedra de Alvidrar é um interessante acidente geológico. Trata-se de uma camada de calcário cristalino que ficou quase na vertical, empurrada pela ascensão do maciço eruptivo de Sintra há mais de 800 milhões de anos.

Aproveite para apreciar as aves e a vegetação que ali resiste ao m au tempo, caso do funcho-marítimo e de algumas espécies de limónios.

 


Lenda de Alvidrar

Há muitos séculos atrás, o Deus Vulcano, figura sinistra e perversa, jurou vingar-se para todo o sempre duma formosa princesa, espelho de virtudes sem par.

O maligno Vulcano, seguindo ruins desígnios, pretendeu casar-se com a esbelta princesa que já a outro prometera a sua mão. Pouco satisfeito com o inesperado facto, quis saber de quem se tratava. Furioso ficou quando soube que o futuro esposo da gentil princesa era o seu próprio sobrinho, filho primogénito da sua irmã. Imediatamente acorreu à casa de sua irmã Zipa e queixou-se do seu desespero. Esta fez-lhe ver que nada tinha com o próximo enlace. Jovens e obedientes aos pais de cada um, tudo neles concorria para que fossem felizes. Em consciência nada teria a opor-se e recomendou ao irmão prudência e resignação; a casta princesa não 
era para a sua idade, merecia um jovem como ela.

Vulcano não acatou os conselhos prudentes e nobres da irmã.
Chegando a seus domínios, organizou fortíssima expedição que se dirigiu para as terras da princesa Al-Vidrar e de seu sobrinho Foje.
Zipa veio ao seu encontro mas nada deteve Vulcano. Naquela cruenda batalha restam os corpos vulcanizados dos moços namorados aos quais chamamos PEDRA DE ALVIDRAR E O FOJE*.


In “Lendas Sintrenses” Recolha e relato de Luiz da Cunha Oliveira, 1968

*Fojo- O Fojo, um abismo aberto na rocha de onde se pode observar no fundo a agitação das ondas.

A bela vila serrana de Folgosinho é um verdadeiro templo de culto às fontes....




Folgosinho é uma freguesia do município de Gouveia, na província da Beira Alta, região do Centro e sub-região da Serra da Estrela.





Esta bela vila serrana que respira a história de Viriato e o clama como filho da terra. Segundo lendas locais, a origem do nome da vila deve-se a propriedades especiais da água da região, o que resultou num intenso culto das fontes visível por toda a vila.

 


Seja devido às lendas, seja devido à qualidade da água, a verdade é que Folgosinho é um verdadeiro templo de culto às fontes. Toda a vila está repleta de fontes, algumas icónicas como a fonte do Gorgulhão, ou a fonte situada no Adro de Viriato. Mas as fontes por si só não são a única evidência deste culto. Tanto nas próprias fontes como espalhados pelas casas, becos e ruelas de Folgosinho, encontram-se diversos mosaicos por toda a vila que contêm quadras com ditados, histórias, homenagens e referências a água e às fontes. Alguns exemplos das dezenas de quadras que encontramos por estes mosaicos são merecidos:

 


O curioso é que de facto a água de Folgosinho tem algo de especial, quando se abre a torneira das fontes para encher um copo ou uma garrafa de água, verifica-se que a água vem carregada de gás, o que até torna a água turva devido à acção da gaseificação, mas após alguns momentos o gás dissipa dando lugar a uma água cristalina e pura, da melhor água serrana. O aspecto gaseificado da água evoca quase imediatamente a lenda sobre o “fulgor” oferecido por esta água. Fica-se assim a reflectir sobre a inspiração possivelmente real da lenda.

 


 


 

O culto das fontes de Folgosinho, pode inclusivamente ser muito anterior às lendas, tendo sido associado a estas através de gerações e gerações de tradição oral ao longo dos séculos, e ser na realidade uma sobrevivência do culto a cursos de água que os antigos povos de matriz indo-europeia e celta da Península Ibérica partilhavam com outros povos europeus nas regiões banhadas pelo atlântico desde a Idade do Bronze, visto o culto das fontes, tal como neste exemplo de Folgosinho, sobreviver também em países como a Irlanda. Este culto era dedicado a divindades aquáticas, às quais se faziam depósitos votivos, e das quais a deusa galaico-lusitana Nabia-Corona poderá ter sido um exemplo.

 


 


 

 

 

Texto adaptado de: https://www.portugalnummapa.com

erra de muita História

Leia mais em: https://www.viajecomigo.com/2020/05/31/visitar-a-aldeia-de-folgosinho-gouveia/

terça-feira, 27 de julho de 2021

No centro da vila histórica de Ançã, esta piscina natural tem água fresca sempre a nascer....

 




No centro da vila histórica de Ançã, esta piscina natural, também conhecida como praia fluvial de Ançã, é alimentada pelo caudal da Fonte de Ançã.

Com diferentes alturas para crianças e adultos, é perfeita para ir a banhos em família.

 

 


 
A piscina natural está em funcionamento nos meses de Verão, na época balnear e é vigiada todos os dias por um nadador salvador.

 



Inserida num ambiente agradável, a piscina natural de Ançã,e ideal para nos refrescarnos em dias de calor. 

 

 

O Quintal da Fonte também costuma dinamizar várias actividades sócio-culturais. 

 


 

segunda-feira, 26 de julho de 2021

Palácio da Bacalhôa: esta antiga propriedade da Casa Real Portuguesa, atrai pela arquitectura, decoração e belos jardins.

 



A Quinta da Bacalhoa é uma antiga propriedade da Casa Real Portuguesa. A quinta com o famoso Palácio da Bacalhoa - também conhecido como Palácio dos Albuquerques - situa-se na freguesia de Azeitão, Concelho de Setúbal, mais precisamente na pequena aldeia de Vila Fresca de Azeitão.

Um local para passear enquanto saboreia um dos vinhos da Bacalhôa.

 



Mas vamos conhecer um pouco da sua história....

No século XV pertenceu, como quinta de recreio, a João, Infante de Portugal, filho do rei D. João I. Herdou-a sua filha D.Brites, casada com o segundo Duque de Viseu e mãe do Rei D. Manuel I. Ainda existentes os edifícios, os muros com torreões de cúpulas aos gomos e também o grande tanque foram beneficiações mandadas construir por D. Brites.

 




Esta quinta viria a ser vendida em 1528 a D. Brás de Albuquerque, filho primogénito de D. Afonso de Albuquerque. O novo proprietário, além de ter enriquecido as construções com belos azulejos, mandou construir uma harmoniosa «casa de prazer», junto ao tanque, e dois robustos pavilhões, juntos aos muros laterais. Nos finais do século XVI, esta quinta fazia parte de morgadio pertencente a D. Jerónimo Teles Barreto — descendente de Afonso de Albuquerque. Este morgadio — em que estava incluída a Quinta da Bacalhoa — viria a ser herdado por sua irmã, D. Maria Mendonça de Albuquerque, casada com D. Jerónimo Manuel — da Casa da Atalaia — conhecido pela alcunha de «Bacalhau».

 



É muito provável que o nome de «Bacalhoa», pelo qual veio a ficar conhecida a antiga Quinta de Vila Fresca, em Azeitão, tenha tido origem no facto de a mulher de D. Jerónimo Manuel também ser designada da mesma forma sarcástica. Esta quinta ficou consagrada entre os tesouros artísticos de Portugal.

 

 




Tendo, naturalmente, sofrido algumas modificações, no decurso dos seus cinco séculos de existência, conserva ainda as abóbadas ogivais dos seus tempos mais remotos, o palácio com janelas ao estilo renascentista, os cubelos representativos da Via Sacra e elementos cerâmicos decorativos, do século XVI. Nos azulejos encontra-se a data de 1565 e a assinatura do ceramista Francisco de Matos. Medalhões de faiança de origem flamenga emolduram bustos de significação histórica.

 

 



Em 1936, o Palácio da Bacalhoa foi comprado e restaurado por uma norte-americana, Orlena Scoville, cujo neto se incumbiu da missão de tornar a quinta num dos maiores produtores de vinho de Portugal, na década de 70 do século XX.

 


Foi classificada pelo IPPAR como Monumento Nacional em 1996.

Chama-se Baloiço da Ladeira, fica no Sítio da Nazaré e permite ver um horizonte arrebatador numa zona já de si incrível.

 


 

O novo baloiço da Nazaré tem vista sobre o mar – e é um quadro típico da vila

 

 


 

 O baloiço da Nazaré está idilicamente instalado na Ladeira do Sítio, um antigo caminho de areia que servia para ligar a Praia da Nazaré ao altaneiro Sítio, onde se encontra o Santuário de Nossa Senhora da Nazaré. O caminho de areia deu lugar a uma escadaria de calçada, mas as paisagens continuam tão apaixonantes como outrora. A construção do baloiço da Nazaré, que é também um miradouro de excelência, só veio realçar essa mesma beleza.

 


 


Como chegar ao Baloiço da Ladeira, na Nazaré?

Para chegar ao Baloiço da Ladeira, na Nazaré, pode fazê-lo de duas formas: ou pelo centro da Nazaré ou então pelo Sítio da Nazaré, no alto da vila. Ambos são caminhos a pé que levam ao mais recente baloiço, ou seja, terá sempre de deixar o carro estacionado.

O acesso que exige menos esforço é ir de carro ou de funicular até ao Sítio da Nazaré e descer pela Ladeira do Sítio até ao baloiço. 



 





Depois de totalmente requalificada a Estação de Aveiro é a nova sala de visitas da cidade.

 


Realizou-se no dia 1 de julho a inauguração da antiga Estação de Passageiros de Aveiro, após concluídos os trabalhos de reabilitação. Um edifício com 105 anos de história e que reabre as portas à população e aos visitantes da região, disponibilizando diversas salas multifunções para exposições, reuniões de empresas e ainda um espaço para atividades culturais.
 
 
 

Mantendo o nome com o qual foi inaugurada em 1864 – Estação – o edifício ergue-se com uma fachada de notáveis painéis de azulejos azuis e brancos, da Fábrica Fonte Nova, da autoria de Francisco Pereira e Licínio Pinto, colocados em 1916, e que durante a reabilitação foram restaurados na sua totalidade, resultado de um projeto do arquiteto João Mendes Ribeiro. 
 
 
 
 

A antiga estação promove também os produtos da cidade, do município e da região, através da sua nova loja (no rés-do-chão) dedicada aos três produtos identitários: ovos-moles, sal e vinhos e espumantes da Bairrada.

 

 

Fotos: José Pereira

domingo, 25 de julho de 2021

Praia dos Alteirinhos - Costa Vicentina

 



Com acesso por uma estrada de terra batida a sul da Zambujeira do Mar, em pleno Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, a Praia dos Alteirinhos é uma praia tranquila, de areia fina e dourada. Abrigada por uma falésia alta, que a protege dos ventos, e no cimo da qual existe um parque de estacionamento, esta praia possui recantos isolados que por vezes são frequentados por naturistas.

Para sul dos Alteirinhos, fica a Meia Praia ou Meia Laranja onde, na maré baixa, podemos observar rochas de formatos curiosos.

 

 


 

A praia de Alteirinhos tem a particularidade de ter uma cascata de água doce que desce desde o topo da falésia junto à escada de acesso em madeira.

 


 

Maravilhas da Costa Vicentina!

 





Portugal dos Pequenitos

 



O Portugal dos Pequenitos, considerado o primeiro parque temático no país, é um espaço lúdico e pedagógico de cariz histórico muito agradável e divertido para passar um dia em família. Os mais pequenos têm aqui uma excelente oportunidade de se divertirem em casas e monumentos do seu tamanho.

 



Aqui podemos encontrar, sempre em tamanho miniatura, reproduções do património arquitetónico português através de exemplos de casas tradicionais e de réplicas dos Monumentos Nacionais de Norte a Sul do país, tais como o Mosteiro dos Jerónimos, o Convento de Cristo, a Torre de Belém e a Universidade de Coimbra.

Existe também um núcleo dedicado à representação etnográfica e monumental dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, Macau, Índia e Timor, que nos recorda as ex-Colónias Portuguesas e contextualiza o projeto no período histórico em que foi construído. Integrado no conjunto, temos ainda um Parque Infantil e os Museus do Traje, da Marinha e do Mobiliário, também compostos por miniaturas.

 


 

Foi idealizado em 1940 pelo médico Bissaya Barreto (1886-1974) e construído pelo arquiteto modernista Cassiano Branco (1879-1970). Bissaya Barreto foi professor na Universidade de Medicina de Coimbra e ficou conhecido por ter realizado uma vasta obra de ação social na zona centro, ajudando os mais desfavorecidos. Criou a Fundação Bissaya Barreto, responsável por uma série de atividades culturais e de assistência social, entre as quais se integra o Portugal dos Pequenitos.