segunda-feira, 2 de agosto de 2021

Villa Romana de Cardílio

 


Ruínas do "frigidarium", do "caldarium" e respectivo "hypocaustum", e uma divisão com mosaicos da villa romana de Cardílio.


A poucos quilómetros de Torres Novas encontramos as ruínas da Villa Romana de nome Cardílio, cuja ocupação foi compreendida entre os séculos I e IV d.C. Foi posta a descoberto pelas escavações a cargo do coronel Afonso Paço, a partir de 1962. Esta zona, conhecida há muitos anos pela população local, era utilizada como pedreira de onde recolhiam matérias para a construção de habitações, a exploração arqueológica do local só começou por influência da Câmara de Torres Novas. 


Do vasto espólio recolhido, podemos destacar, moedas dos séculos II, III e IV, d.C. cerâmicas, bronzes, ferros, vidros assírios e egípcios, estuques coloridos, anéis, pedras de coar e até uma estátua de Eros. Descobertas também as bases de um edifício, com mosaicos de cores vivas e motivos geométricos, predominando as tranças e entrelaçados, distribuídos pelas diversas salas, outros quadros representam aves, motivos agrícolas, os retratos dos donos da casa e inscrições em latim. 

O nome que é atribuído a esta estação arqueológica, deve-se a uma das inscrições que referem o nome de «Cardilium», provável dono desta vila, em que não faltava um jardim, sistema de distribuição de água e aquecimento.


(39°27'10.38"N 08°31'41.29"W) Caveira (Santa Maria) – Torres Novas – Região Centro – Portugal

 

Foto@ Daniel Jorge

O encanto das aldeias de Xisto... Aldeia da Pena

 


Pelas ruas da Aldeia da Pena – Góis, encontramos detalhes de como o “homem” soube e sabe aproveitar a natureza para dela tirar o maior proveito, como é esta varanda edificada sobre uma grande fraga de Xisto.


Esta aldeia é o resultado perfeito da construção conjugando o xisto com o quartzito.


As condições topográficas levaram a que a aldeia se desenvolvesse ao longo de um promontório, parecendo que o casario se encontra em desafio às leis do equilíbrio e à força da gravidade.


A aldeia de Pena retira da água cristalina da ribeira todos os proveitos. Ali ao lado, os Penedos de Góis são uma proposta de aventura para os mais ousados (Texto retirado da página oficial das Aldeias de Xisto). 


(40º 06' 38.67" N 08º 08' 05.05 W), Pena – Góis – Coimbra - Região Centro – Portugal

 

Foto@ Daniel Jorge

Ruínas Romanas de Tróia

 


Na face noroeste da península de Tróia junto a margem esquerda do rio Sado, mesmo em frente a Setúbal, encontramos as ruínas Romanas de Tróia, que abrangem várias construções do período entre os séculos I ao VI.


Estas ruínas Romanas são testemunho de um grande complexo de salgas de peixe, consideradas por alguns historiadores como a maiores fabricas de conserva de peixe de todo o império Romano.
As oficinas de salga eram constituídas por uma série de tanques (cetárias) organizados ao redor de um pátio central. 

Já foram identificadas um total de vinte oficinas, com dimensões variadas: a maior tinha mais de 1000 m2 e agrupava 19 tanques, enquanto que a menor tinha 135 m2 e 9 tanques. Pela grande densidade de tanques, acredita-se que era produzida uma considerável quantidade de conservas de peixe e molhos de peixe que eram levados de barco para Roma e outras províncias do Império Romano.


Alem das estruturas mais características de Troia que são as muitas oficinas de salga de peixe, existem também as ruínas de um núcleo habitacional com casas de rés-do-chão e primeiro andar (as chamadas "Casas da Princesa" em homenagem a infanta (e futura rainha) Maria I, que particionou na segunda metade do século XVIII as primeiras escavações arqueológicas conhecidas, nesta zona), várias necrópoles, um columbário, termas, uma roda de água (rota aquaria) e os restos de uma basílica paleocristã.


(38°29'10.48"N 08°53'4.95"W) Península de Troia – Carvalhal – Grândola - Setúbal - Portugal

 

Foto@ Daniel Jorge

Moinhos de Penha Garcia… Pelos Caminhos da Raia Beirã

 


Como alguém já apelidou, Penha Garcia é a aldeia-lagarto da raia, porque se espraia-se ao longo de uma enorme encosta orientada a Sul/Sudoeste ficando ao sol todo o dia. 


No topo da encosta a coroar a aldeia está o castelo que observa Espanha, Monsanto e Penamacor. Do outro lado da encosta (Norte/Nordeste), a paisagem muda radicalmente, com escarpas enormes de quartzitos, um vale profundo, uma barragem que dita o caudal do Rio Ponsul e meia dúzia de casas de pedra. 

São quase todas moinhos de água e parecem miniaturas vistas do castelo.
Neste vale encantado encontramos um interessante e numeroso conjunto de moinhos de rodízios, alguns dos quais foram recuperados de modo a ilustrar o ambiente de trabalho e habitacional, que se desenvolvia no local. 


Este núcleo molinológico é extenso e rico, podendo-se observar várias tipologias de moinhos acionados a água. Hoje em dia continuam a funcionar 4 dos 24 moinhos que chegaram a existir. O último, “que era do ti Serrano”, esteve a trabalhar até 1978. A grande quantidade de moleiros e a atividade que realizaram durante muito tempo deu fama a Penha Garcia como terra de bom pão.


Este conjunto de moinhos encontram-se também associados ao percurso pedestre Rota dos Fósseis, pois está localizado e faz parte integrante do projeto de preservação das arribas fósseis da garganta do rio Ponsul, incluído no Geopark da Meseta Meridional – Naturtejo.


(40º02'40.05"N 07º00'55.38"W) – Penha Garcia - Idanha-a-Nova – Castelo Branco - Portugal

 

Foto@ Daniel Jorge

sábado, 31 de julho de 2021

Castelo de Alcanede

 


Acredita-se que a primitiva ocupação humana deste sítio remonta a um castro pré-histórico. No contexto da invasão romana da Península Ibérica, a região foi por estes ocupada em 49 a.C., posteriormente sucedidos por Muçulmanos, embora não hajam testemunhos consistentes de uma fortificação no local do castelo em qualquer desses momentos.


À época da Reconquista cristã da região, a área foi tomada pelo conde D. Henrique em 1091, sendo novamente recuperada pelos Muçulmanos. A sua posse definitiva foi assegurada no século XII por D. Afonso Henriques, no contexto das conquistas de Santarém e Lisboa em 1147, tendo o soberano outorgado foral à povoação em 1163, segundo documento de Santa Cruz de Coimbra, e mandando-a povoar por D. Gonçalo Mendes de Sousa, o Bom, seu mordomo-mor. Ainda neste reinado, em 1179, os homens de Alcanede ajudaram o soberano a desbaratar a invasão Almóada, na serra da Mendiga.
O castelo e os seus domínios foram doados por Sancho I de Portugal aos freires de Santa Maria de Évora (Milícia de Santa Maria de Évora, posteriormente Ordem de Avis) em 1187.


O Rei Dinis I de Portugal confirmou a doação desse património à Ordem de São Bento de Avis em 1300 e em 1318. Datarão deste reinado algumas das estruturas mais importantes do castelo, como a torre de menagem, coroada por merlões.


Sob o reinado de Fernando I de Portugal, em 1370 o castelo recebeu obras, nomeadamente nas frontarias, construção de cavas, cubelos e barbacãs, razão pela qual o soberano dispensou os moradores da vila de servir nas obras da muralha de Santarém. 

O mesmo soberano nomeou como alcaide-mor do Castelo de Alcanede a Vasco Pires de Camões, fidalgo de origem galega, alegado ascendente de Luís de Camões. Por ser partidário de Castela, após a vitória de Aljubarrota, Vasco Pires de Camões veio a ser despojado dos seus senhorios, sendo certo que, no contexto da crise de sucessão de 1383-1385, o povo de Alcanede levantou-se a favor do Mestre de Avis. O novo alcaide, Álvaro Vasques, integrou as forças portuguesas que combateram em território de Castela.


O castelo terá servido de prisão, conforme o testemunha uma carta de perdão passada por Afonso V de Portugal datada de 1446.
Nos finais do século XV são, uma vez mais, empreendidas obras de manutenção no castelo, como parece decorrer do ato de confirmação de João II de Portugal da anterior Carta de D. Fernando relativa à isenção de trabalho nas obras da muralha de Santarém (1487). O mesmo será também confirmado por Don Manuel I de Portugal, que outorgou simultaneamente a esta vila e à de Pernes o "Foral Novo" (22 de dezembro de 1514). Nesse período, este soberano custeou parte das obras no castelo e na igreja matriz da vila.


Subsistem duas descrições do castelo, correspondentes às "Visitações da Ordem de Avis à Comenda de Alcanede", de 1516 e 1538, transcritas por Simão Froes de Lemos. 

Através da visitação de 1538 é possível sabermos que o castelo foi arruinado pelo grande sismo de 28 de fevereiro de 1531 (que afetou toda a Estremadura portuguesa), situação em que se manteve até à sua reconstrução no século XX.


(39°25'1.79"N 08°49'17.48"W) Castelo - Alcanede - Santarém – Região Centro - Portugal

 

Foto@Daniel Jorge






Ponte Dom Luís I e a Ribeira...

 


A Ponte Luís I ou Luiz I, é uma ponte de estrutura metálica com dois tabuleiros, construída entre os anos 1881 e 1888, ligando as cidades do Porto e Vila Nova de Gaia.


Esta construção veio substituir a antiga ponte pênsil que existia no mesmo local e foi realizada mediante o projeto dos engenheiros Théophile Seyrig e Léopold Valentin.


De construção metálica, tem um comprimento total de 385,25 m, pesa no seu conjunto 3 045 toneladas, o seu arco mede 172 m de corda e 45 m de flecha, e possui dois tabuleis transitáveis.
A ponte ficou iluminada por meio de artísticos candeeiros de gás, 24 no tabuleiro superior, 8 no inferior e 8 nos encontros.


O seu nome está envolto numa lenda, segundo a qual se afirma de que devido à ausência do rei D. Luís I na inauguração, decidiu a população do Porto, em resposta ao ato desrespeitoso, retirar o "Dom" do respetivo nome parecem não corresponder à realidade, sendo assim uma lenda.


A atestar tal facto, refira-se que nas notícias nos jornais durante o período da sua construção a ponte era designada por "Ponte Luiz I"; também outras importantes construções da mesma época com os nomes de membros da família real não tinham os títulos nos seus nomes, caso da ponte ferroviária Maria Pia (e não Dona Maria Pia), dedicada à rainha, e do velódromo Maria Amélia (e não Dona Amélia), dedicado à futura rainha consorte do rei D. Carlos; acrescente-se ainda que apesar de o nome oficial da ponte ser "Luiz I", conforme atestam as inscrições nas placas dos pegões-encontro sobre as entradas do tabuleiro inferior, a população do Porto sempre a chamou de "Ponte D. Luís", salvaguardando o título do rei com quem a cidade tinha grande proximidade.


A Ribeira é um dos locais mais antigos e típicos da cidade Porto, junto ao Rio Douro, faz parte do Centro Histórico do Porto, e é Património Mundial da UNESCO.


Na Ribeira merecem destaque a Praça da Ribeira, popularmente também conhecida por praça do cubo; a Rua da Fonte Taurina, uma das mais antigas da cidade; o Muro dos Bacalhoeiros e a Casa do Infante, onde se crê que tenha nascido o Infante D. Henrique, em 1394.


Não se sabe quando começou a ser habitada a actual zona da Ribeira. Sabe-se que o núcleo original do Porto se desenvolveu no cimo da Pena Ventosa, o actual Morro da Sé, mas que cedo se desenvolveu também um aglomerado ribeirinho, nas imediações da confluência do pequeno Rio da Vila com o Rio Douro. 

Vestígios arqueológicos documentam que, no período da romanização, se criaram instalações portuárias perto do local onde mais tarde se ergueu a Casa do Infante, cujos mosaicos romanos datam do século IV. Numa altura em que a zona alta já estava protegida pela Cerca Velha.


(41° 8'23.19"N 08°36'34.02"W) Porto – Região Norte – Portugal

 

Foto@ Daniel Jorge

Estrada mágica em Marvão…

 


O "túnel" de freixos de Marvão é considerada a “estrada mais bonita de Portugal”.


(39°22'43.78"N 07°23'23.09"W) 

Estrada Nacional N359 

São Salvador da Aramenha - Marvão, - Portalegre - Alto Alentejo - Portugal