quinta-feira, 29 de julho de 2021

Castelo Medieval de Portel

 


O castelo de Portel ergue-se em posição dominante num dos contrafortes da serra de Portel, sobre a vila medieval.


A construção do castelo teve início durante a segunda metade do século XIII sendo senhor das terras de Portel Mafomede João de Aboim por doação de D. Afonso III de Portugal.


O castelo, apresenta um estilo gótico, com planta heptagonal reforçada por torres de planta circular nos vértices. A sua forma, novidade na arquitetura militar portuguesa à época, parece ter sido inspirada no Castelo de Angers, na França. 

É dominado por uma imponente torre de menagem, de planta quadrangular, que se ergue a cerca de vinte e cinco metros de altura, dividida internamente em dois pavimentos acima da linha do adarve, ambos cobertos por abóbada em cruzaria de ogiva. O pavimento inferior serviu de cárcere. 

Foi utilizada a pedra mármore nos cunhais e nas janelas góticas. A porta de acesso à torre é em ogiva.


Apos a morte de João Aboim e devido a contenda entre os herdeiros pela posse da honra, o castelo reverteu para a posse da Coroa durante o reinado de D. Dinis, que então construi a cerca da vila.


No contexto da crise de 1383-1385, Fernão Gonçalves de Sousa, alcaide de Portel, tomou o partido de Castela, e com receio dos moradores, tomou-lhes as armas a todos e pô-las no castelo. 

Em Novembro de 1384, no desenvolvimento da campanha alentejana pelas forças do Condestável, D. Nuno Álvares Pereira, um clérigo de Portel, de nome João Mateus, abriu-lhes as portas da vila, facilitando a conquista da povoação e a rendição do castelo. 

Os seus domínios, após a batalha de Aljubarrota estariam compreendidos na ampla doação de terras e direitos que o soberano fez aquele Condestável, passando, por sucessão, para os domínios da Casa de Bragança.


Posteriormente, sob o reinado de D. Manuel I, a povoação e seu castelo encontram-se figurados por Duarte de Armas (Livro das Fortalezas, c. 1509). 

Nessa época a estrutura do castelo foi remodelada dando lugar ao paço dos duques de Bragança e a uma barbacã (1510), ficando as obras a cargo do arquitecto-régio Francisco de Arruda, por instância de D. Jaime, duque de Bragança.


Perdida a sua função defensiva, afastado da linha lindeira e das principais vias de acesso ao território alentejano, o castelo foi progressivamente abandonado até se converter em ruínas no século XIX.


(38°18'32.41"N 07°42'10.94"W) Castelo – Portel – Évora - Alentejo - Portugal




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