quarta-feira, 28 de julho de 2021

Uma das maravilhas geológicas de Portugal... As Marinhas de Sal de Rio Maior

 

 

A magia da Serra dos Candeeiros… Marinhas de Sal de Rio Maior


No sopé da Serra dos Candeeiros, a três quilómetros de Rio Maior, encontramos uma das maravilhas geológicas de Portugal, as Marinhas de Sal de Rio Maior ou como popularmente conhecidas, As Salinas do Rio Maior. Embora o documento mais antigo que se refere às salinas date de 1177, pensa-se que o aproveitamento do sal-gema já seria feito desde a Pré-História.


A Serra dos Candeeiros é dada a sua natureza calcária, possuidora de inúmeras falhas na rocha o que faz com que as águas da chuva não fiquem à superfície, formando cursos de água subterrâneos.


Uma dessas correntes atravessa uma extensa e profunda jazida de sal-gema que alimenta o poço que se encontra no centro das Salinas, e de onde se extrai água sete vezes mais salgada que a do mar. 

Segundo alguns estudos, estima-se que esta Jazida de sal-gema ocupa aproximadamente a área da Estremadura Portuguesa, entre Leiria e Torres Vedras, tendo-se formado há milhões de anos, depois do recuo do mar que outrora ocupou a região.


As salinas de Rio Maior têm oito séculos de História. Em 1177, Pêro d’Aragão e sua mulher Sancha Soares venderam aos Templários “a quinta parte que tinham do poço e Salinas de Rio Maior, cujo poço partia pelo Este com Albergaria do Rei; pelo Oeste com D. Pardo e com a Ordem do Hospital; pelo Norte com Marinhas da mesma Ordem; e pelo Sul com Marinhas do dito D. Pardo”. Assim diz Pinho Leal, citando o escrito comprovativo dessa venda. Este documento, que é o mais antigo que se conhece referente a Rio Maior, encontra-se arquivado na Torre do Tombo em Lisboa.


Este contrato situa-se no limiar da nossa nacionalidade, já Lisboa e Santarém tinham sido conquistadas aos mouros por Dom Afonso Henriques, e ainda este não tinha sido reconhecido rei pelo papa, o que aconteceu só em 1179.


No último quartel do séc. XII, já existia uma exploração nas Salinas, menor ou talvez maior que a de hoje. Consta, no entanto, que o poço primitivo teria sido situado mais para Norte, no sítio denominado Marinha Velha. Há notícia que esse poço, no Séc. XII ou princípios do séc. XIII, só alimentaria seis talhos.


O poço actual foi aberto, segundo a tradição, devido ao acaso. Uma rapariga que apascentava uns animais, para mitigar a sede, tentou beber numa poça de água que aflorava num juncal. O sabor fortemente salgado foi-lhe extremamente desagradável e comentou isso mesmo, quando chegou a casa. Seu pai e vizinhos apressaram-se a ir cavar em tal sítio de onde surgiu o poço actual, tendo secado depois o primitivo.


Certamente através dos séculos, a exploração das salinas fez-se por processo iguais aos de há poucos anos, quando a água era tirada com dois baldes por meio de picota (esta foi introduzida na Península Ibérica pelos árabes), mas consta que, antes da Reconquista Cristã, os romanos e depois os árabes já exploravam as Marinhas em larga escala.


(39°21'50.33"N 08°56'40.11"W) Salinas de Rio Maior - Rio Maior - Santarém – Região Centro - Portugal

 

Foto@ Daniel Jorge


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