A construção da imagem turística do país, cuja identidade era marcada pela sabedoria, honestidade e simplicidade, passou, forçosamente, pelas figurinhas de barro que eram, e continuam a ser, a expressão artística mais forte da região do Minho. Estas passam a ser uma presença constante na política cultural e folclórica do Estado Novo.
Neste sentido, imperdoável seria, de entre as várias figuras representativas do figurado de Barcelos, não falar do lendário Galo. Lendário porque, ao que a história indica, este ícone advém da interessante lenda popular que transporta Barcelos à época medieval, e que conta a epopeia de um peregrino a caminho de Santiago de Compostela, que foi salvo miraculosamente da forca, graças a Santiago, quando o cantar de um galo se fez ouvir de forma surpreendente. História de fácil entendimento popular e do qual emanou um símbolo de fácil interpretação.
Assim, no lento processo de ascensão turística do país, a olaria de Barcelos e a imagem do Galo, que já havia alcançado o respeito e o favoritismo de muitos anónimos e de notáveis artistas naquela região, fez, pela primeira vez, uma espécie de estreia internacional, em Genebra, na Exposição de Arte Popular Portuguesa, no ano 1935. Um ano mais tarde, esta exposição repete-se, em Lisboa, com um extraordinário sucesso.
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