O castelo de Alter fica no centro histórico da vila, este castelo é representativo da arquitetura medieval trecentista, quando cooperava com o vizinho Castelo de Alter Pedroso na defesa desta região.
A atual conformação do castelo remonta ao reinado de Pedro I, que determinou a sua reconstrução em 22 de setembro de 1357, de acordo com a placa epigráfica de mármore sobre o portão principal. O soberano reformou o Foral da vila em 1359. Fernando I (r. 1367–1383) fez doação dos domínios da vila a Nuno Álvares Pereira, que por sua vez os doou a Gonçalo Eanes de Abreu.
Sob o reinado de João I, este monarca confirmou os domínios da vila e seu castelo ao Condestável Nuno Álvares Pereira. Este legou-o, por morte, à sua filha, que o transferiu, por casamento com o duque de Bragança, aos domínios desta Casa. Neste momento de sucessão, registrou-se uma campanha de obras no castelo (1432).
À época do reinado de João II, o então duque de Bragança, Fernando II, utilizou este castelo como prisão, argumento que viria a ser usado contra si quando das acusações por rebeldia e conspiração contra o soberano e que o condenaram à morte em 1483. Dom Manuel I outorgou o Foral Novo à vila a 1 de junho de 1512, datando deste período a construção da porta adintelada da alcaidaria.
O castelo, apresenta planta quadrangular, em estilo gótico inicial. Os panos de muralha, em aparelho de xisto e granito, são reforçados por seis torres: duas de planta quadrangular, dois cubelos cilíndricos nos vértices, um torreão de planta quadrangular a meio do pano Nordeste e um de planta quadrada sobre o portão, a meio do pano Sudoeste. O cubelo no vértice Leste é coroado por um coruchéu cônico. Um adarve percorre o alto das muralhas, protegido por ameias, apoiando-se, no troço Leste, em cachorros. Os merlões quadrangulares de seteiras alternadas que coroam algumas dessas torres foram refeitos durante as intervenções promovidas na década de 1940.
O portão do castelo, em arco ogival, é encimado por uma pedra de armas com uma inscrição epigráfica, que reza:
“ ERAMILÉSSIMA: CCC E NOVENTA V ANOS XXII DIAS DE SETEMBRO O MUI NOBRE REI DOM PEDRO MANDOU FAZER ESTE SEU CASTELO D'ALTER DO CHÃO”.
O ano na inscrição corresponde a 1357 do Calendário Gregoriano. Por esse portão se acede à praça de armas na qual se abrem o poço e a cisterna. Em posição recuada na praça de armas, ergue-se a Torre de Menagem, com planta no formato quadrangular, elevando-se a 44 metros de altura, com o parapeito coroado por ameias tronco-piramidais.
Internamente, divide-se em dois pavimentos, com tetos em abóbada de berço reforçados por arcos quebrados de cantaria, iluminados por janelas gradeadas.
Todas as portas desta torre apresentam vergas em arco quebrado.
Contígua à Torre de Menagem, encontra-se a fachada da antiga alcaidaria e de outras dependências, com os seus muros rasgados por diversas portas, janelas e uma escadaria de acesso, que demonstram ter tido este castelo a função residencial. Sobre a porta da alcaidaria, com ombreiras de cantaria de granito, encontra-se outra inscrição epigráfica, que reza:
” ESTA OBRA MANDOU FAZER FERNÃO RODRIGUES VEEDOR DE DOM FERNANDO NETO DEL REI E CONDE D' ARRAIOLOS ERA DO MUNDO DE MIL jjjjc e X ANOS.”
O ano na inscrição corresponde a 1372 do Calendário Gregoriano.
(39° 11.940' N 7° 39.519' W) Alter do Chão – Portalegre - Alto Alentejo – Portugal
Foto@Daniel Jorge
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