domingo, 28 de fevereiro de 2021

Ruínas do Prazo, o Machu Picchu português

 

 

Provavelmente, nunca terá ouvido falar das Ruínas romanas de Prazo, em Freixo de Numão, Vila Nova de Foz Côa. Trata-se de um dos mais interessantes e bem preservados locais com vestígios de uma antiga vila romana. A sua envolvência e a enorme quantidade de vestígios arqueológicos faz com que muitos apelidem este local de Machu Picchu português.

 


A comparação é notoriamente exagerada mas, mesmo assim, consegue dar uma ideia sobre aquilo que aqui pode encontrar e sobre a riqueza da arqueologia deste fantástico local.

 


O local tem multiplicidade de ocupações desde do neolítico antigo e provavelmente de períodos anteriores, até à idade média; vestígios do templo paleocristão bem conservados; 22 sepulturas com ossadas de diferentes épocas; uma “estela antropomórfica” de grandes dimensões, podendo o seu aproveitamento reportar-se ao Neolítico, assim como um imponente Menir. A presença de uma casa senhorial e da zona balnear testemunham a importância desta “Villa Senhorial Romana”

 


No perímetro urbano da freguesia de Freixo de Numão pode visitar o Museu Da Casa Grande, instalado num belo Solar Barroco (segunda metade do séc. XVIII), com mostras significativas de Arqueologia e Etnologia. No quintal anexo, ruínas romanas, medievais e modernas, tendo ainda ali sido recolhidos materiais da Idade do Ferro.

Imponente, como sítio arqueológico mas também como miradouro, é o Castelo Velho, onde campanhas sucessivas de escavação têm permitido estudar um povoado dos III e II milénios A.C. (Idades do Cobre e do Bronze). Povoado fortificado ou apenas sítio monumentalizado, questões que os investigadores hoje colocam quanto às funções de tão ancestral símbolo da presença humana na região.

 



Vestígios importantes do Calcolítico, podemos igualmente encontrá-los nos abrigos do Vale Ferreiro e da Painova. No entanto, é no sítio do Prazo que valiosos vestígios do Neolítico Antigo estão agora a começar a ser postos a descoberto. Outros sítios elevados como o Alto dos Barreiros, Alto de Santa Eufémia, lugar Do Castelo de Freixo de Numão, têm-nos surpreendido com achados que vão do Calcolítico à Idade do Ferro!

Vestígios de um grande vicus ou até mesmo de uma provável civitas, jazem debaixo de casas e ruas da zona antiga da freguesia. Referência (através de achados epigráficos) a deuses e deusas como Juno, lovi (Júpiter), Lares, Breaegui, Turocicis favorecem as suspeitas da existência dessa civitas!

Em bom estado de conservação encontra-se o troço de 500 metros de calçada romana no lugar de Regadas, bem como uma lagareta cavada na rocha, ferraria e provável Mutatio. No sítio do Laranjal, um conjunto de quatro lagaretas cavadas na rocha quererão dizer-nos da importância de todo aquele vale, na era dos imperadores, no que toca à produção vinícola.

Da Alta e Baixa Idade Média, os vestígios mais significativos encontramo-los na Igreja Medieval do Prazo. Variados tipos de sepulturas, infra e extra-muros da “velha igreja”, quererão indicar-nos tempos diferentes, rituais distintos executados por homens de diferentes épocas. Cerca de quatro dezenas de esqueletos foram exumados e encontram-se em fase de estudo.

No fundo das Regadas pode ainda apreciar um raro exemplar de Moinho de Cubo com a data de 1715. A juntar a este valioso património arqueológico, um riquíssimo património natural, onde sobressai a Reserva Florística da Mela, O Forno-Anta da Colodreira, as quedas de água do Pontão das Três Bocas. Por tudo isto, a zona de Freixo de Numão (antiga S. Pedro de Freixo) merece a nossa e vossa visita.

 

 

Fonte: daqui


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