sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Uma Viagem à História do Vinho de Talha...

 

 
Trazido pelos romanos para a Península Ibérica, perpetuado no tempo pelos alentejanos. Hoje vamos conhecer o histórico vinho de talha!

 


Mas afinal o que é o vinho de talha?

É uma técnica milenar, trazida pelos romanos até este lado do mundo e mantida até aos dias de hoje, essencialmente no Alentejo.

O método tradicional que se usa na maioria das adegas consiste em esmagar as uvas após as separar do engaço, permitindo que o sumo se misture com todos os restantes elementos. Essa massa é colocada directamente na talha de barro e aí fica até (pelo menos) a meio de Novembro.

Entretanto é necessário mexer as massas, misturar a parte sólida com a parte líquida para que o vinho vá ganhando estrutura e sabor que a película e as grainhas conferem.

 



Considerando que a vindima ocorre geralmente no início de Setembro, o vinho fica a macerar por cerca de dois meses e meio até poder ser provado pela primeira vez.

As grandes talhas de barro são “pesgadas” no seu interior, ou seja, são revestidas de uma pasta feita de cera de abelha, resina de pinheiro e azeite.

Atualmente o vinho de talha está na moda e ainda bem! Mas atenção, segundo a Comissão Vitivinícola do Alentejo, só se pode considerar vinho de talha aquele cujas massas fermentam juntamente com o vinho dentro da talha.

 


 
O sabor único do vinho de talha, algo rude, vem da resina de pinheiro (essencial para combater a evaporação dos néctares, num material poroso como é o barro) de que se reveste o interior das talhas, de diferentes tamanhos, as maiores chegando aos mil litros de capacidade, e que não são, como alguns pensam, o mesmo que ânforas - também em barro e herança dos romanos, mas menores, a comportar apenas 20 litros, usadas para transporte e não para estágios vinhateiros.

 


As adegas alentejanas, quase sempre subterrâneas, para que o calor não estrague a produção, estão na moda estas vasilhas ali deixadas há 2.000 anos pelos romanos e recentemente recuperadas, por expressarem uma tradição milenar e não porque os vinhos feitos segundo esse processo artesanal sejam objetivamente melhores que os outros, fermentados a temperaturas controladas e estagiados em cubas de inox ou barricas de carvalho, em adegas modernas. O que eles são é diferentes, com notas vegetais vincadas, a pedir queijos, enchidos e temperos fortes. Isto, claro, quando são feitos com rigor, numa busca de elegância.

 



 

 

Fonte:

https://cdn.cmjornal.pt
https://www.sabado.pt
https://www.entrevinhas.com

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