quarta-feira, 3 de março de 2021

A Universidade de Coimbra é o tesouro da cidade e uma das mais velhas da Europa

 

 

A Universidade de Coimbra é uma das mais antigas da Europa e em 2013 foi considerada pela UNESCO Património Mundial da Humanidade. Fundada em Lisboa por D. Dinis em 1290, foi definitivamente transferida para Coimbra, em 1537, vindo a ocupar os edifícios do Paço Real. Durante os reinados de D. João V e D. José I, a instituição sofreu grandes reformas, não só a nível do ensino, mas também no que respeita à construção de novos edifícios, de estilo barroco e neoclássico.

 


A justificação para tal reconhecimento por parte da UNESCO é que esta instituição teve um papel importantíssimo na história do país. Desde logo, porque se afirmou como um centro de produção e transmissão do saber e da cultura, numa área geográfica que abrange quatro continentes, correspondentes ao antigo império português.

 Depois, porque a Universidade atravessou períodos significativos da história da arquitetura, da arte, do espaço geográfico e cultural portugueses sendo que, a sua história está intimamente relacionada com as reformas nos campos ideológicos, pedagógicos e culturais, representando uma longa génese cultural. 

Por último, porque a universidade desempenha um papel único na constituição e unidade da língua portuguesa, consagrando-se como importante oficina literária e centro difusor de novas ideias, tendo passado pela instituição vários escritores e divulgadores da língua e da cultura.

 



PAÇO DAS ESCOLAS




Lugar icónico de Coimbra, composto por várias estruturas de grande beleza. Classificado como Património Mundial da Humanidade desde 2013.



Porta Férrea – Entrada do antigo Paço Real à qual são adicionados, em 1634, dois portais com esculturas alegóricas das antigas Faculdades (Medicina, Leis, Teologia e Cânones), o rei fundador e o rei que estabelece permanentemente os Estudos Gerais em Coimbra (D. Dinis e D. João III) e a Sapiência, insígnia da instituição.



Monumento a D. João III – Estátua monumental, inaugurada em 1948, representando o monarca. Transmite hieratismo e alguma rigidez formal, enquadrando-se no carácter historicista e modernizante da ideologia oficial do Estado Novo seguida por Francisco Franco, seu autor, considerado um dos protagonistas da estatuária oficial do regime.



Via Latina – Grande colunata, de finais do século XVIII, cujo nome relembra a antiga regra que proibia qualquer outro idioma que não o latim quando por ela se passava.



Sala dos Capelos
– Antiga sala do trono do Paço Real que, no século XVII, é adaptada para receber os mais importantes atos da vida académica: abertura solene do ano letivo, provas doutorais, imposição de insígnias, investidura de reitores, entre outros.



Sala dos Archeiros – Sala adaptada, durante o período da Reforma Pombalina, para guardar as armas da Guarda Real Académica.



Sala do Exame Privado – Antiga Câmara Real remodelada no início do século XVIII. O seu nome relembra o tempo em que algumas provas orais eram realizadas de portas fechadas.



Gerais – Ocupando parte da antiga ala da rainha, o pátio, de estilo clássico, de dois pisos, à volta do qual se dispunham as salas de aulas dos estudos gerais, resulta de obras de remodelação, tendo o piso superior sido executado pelos mestres de obras Manuel Alves Macamboa e José de Carvalho.



Torre – Ex-libris da Universidade e da própria cidade, foi construída durante o século XVIII, substituindo a anterior, da autoria de João de Ruão (século XVI). O arquiteto italiano que desenha a obra, António Cannevari, introduz-lhe aspetos barrocos bastante italianizantes. A construção ficou a cargo do português Gaspar Ferreira. No topo, apresenta um pequeno varandim e logo por baixo quatro relógios (um em cada face), seguidos de quatro sinos que regem a vida académica: a “cabra”, de 1741, o “cabrão”, de 1824, o “bolão”, de 1561 e o dos “quartos”.



Escadas de Minerva – Em consequência das reformas de que o edifício foi alvo é dado, por volta de 1724, a Gaspar Ferreira a tarefa de recriar as escadas de comunicação entre a universidade e a rua pública.



Capela de São Miguel – Antigo oratório do Palácio Real, datado do século XII, é alvo de grandes obras de ampliação durante o período manuelino, onde trabalharam Marcos Pires e Diogo de Castilho. O portal é uma alegoria à ideologia política do Rei D. Manuel I – é rei por direito divino!



Casa da Livraria | Biblioteca Joanina – Obra ímpar e reconhecida internacionalmente é habitualmente conhecida por Biblioteca Joanina, dado ter sido obra realizada no reinado de D. João V, cujo retrato, de grandes dimensões, da autoria de Dominico Duprá, ocupa o topo do interior da biblioteca.



Prisão Académica
– Estabelecida, em 1593, na ala norte do edifício, antigo cárcere real, mandado construir por D. João I, foi transferido, em 1773, para a infraestrutura da Casa da Livraria.



Colégio de São Pedro – Fundado em 1574, pelo Rei D. Sebastião, com o intuito de receber graduados em preparação para a docência universitária. Ocupou a antiga ala das damas e dos oficiais e após a extinção das ordens religiosas é entregue à Universidade para alojamento da Família Real e usufruto dos Reitores.

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